quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Lamartine Babo em Garça: o poder da arte



Depois de uma sexta-feira, onde a ópera esteve no “cardápio” cultural, a brasilidade chegou com força total no sábado dia 13. O Grupo Macunaíma trouxe para Garça o espetáculo “Lamartine Babo” contando a história do irreverente rei das marchinhas de carnaval.

Um público diferente. Foi bom ver novas pessoas no local. José Maria Piola e esposa compareceram. Edna Semenssato e o esposo Itamar, Leandro Ouros, Fátima Marino. Uns eram amantes de Lamartine Babo, outros amantes de sua música. Outros ainda, simplesmente amantes do belo. Nenhum poderia perder tão singular oportunidade proporcionada pelo Circuito Cultural Paulista.

Adentrar o espaço da Sala Miguel Mônico vendo um cenário com retratos de Lamartine Babo foi bom. O grupo cantava ou ensaiava Linda Morena, Grau 10. Não foi difícil ser remetida às marchinhas carnavalescas de muitas infâncias e adolescências ali presentes.

No palco Dona Constança com seu tricô e nas cadeiras um público apaixonado.

Francisco Abelardo de Almeida Prado – Seu Tico  -  foi elucidando a discografia de Lamartine Babo e nem mesmo um celular “desavisado” quebrou a harmonia carnavalesca que se instalou no local.

E se a emoção foi uma constante durante toda a apresentação, o ápice da mesma veio com a interpretação de Serra da Boa Esperança.

Sei que Jesus não castiga um poeta que erra. Não sou um poeta. Estou bem longe de ser uma poetisa. Sei que uma andorinha não faz verão, e ainda estamos no inverno. Sei que tamanho não é documento, mas o Grupo Macunaíma com sua apresentação ocupou cada espaço do teatro garcense. Sei que as vogais são a, e, i, o u, mas não posso me esquecer da riqueza das consoantes, tão bem utilizadas pelo compositor. Sei que a vida pode ser um segredo, mas eu sonhei que tudo estava tão lindo. Acordei numa roda de fogo e, deliciosamente assistindo Lamartine Babo.

Que pena que a vergonha ou o medo de parecer fora do contexto, não me deixou gritar o “Bis” engasgado na garganta, quando o grupo ainda era aplaudido. E ali eu vi um pouco da história do Brasil. E durante toda a apresentação o público foi presente com suas palmas e contentamento. E eu sei que Jesus não castiga um poeta que erra.


Letra da música  Serra da Boa Esperança


“Serra da Boa Esperança, esperança que encerra
No coração do Brasil um punhado de terra
No coração de quem vai, no coração de que vem
Serra da Boa Esperança, meu último bem
Parto levando saudades, saudades deixando
Murchas, caídas na serra lá perto de Deus
Ó minha Serra eis a hora do adeus, vou-me embora
Deixo a luz do luar no teu olhar, adeus



Levo na minha cantiga a imagem da Serra
Sei que Jesus não castiga um poeta que erra
Nós, os poetas, erramos porque rimamos também
Os nossos olhos nos olhos de alguém que não vem



Serra da Boa Esperança não tenhas receio
Hei de guardar tua imagem com a graça de Deus
Ó minha Serra eis a hora do adeus, vou-me embora
Deixo a luz do luar no teu olhar, adeus”





























































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